terça-feira, 20 de outubro de 2015

DO NADA, TUDO! (Parte 1) - O começo



Foi tão sem querer, estava eu no APP a procura de conhecer pessoas novas, pois onde eu morava não conhecia ninguém. Até então meu coração tava carente, pensando em um passado que eu mal tive. Naquela tarde eu "escolhi vários" e ele também queria conhecer pessoas novas lá e deve ter gostado das minhas fotos.. Foi algo que nunca perguntei para ele. Mas enfim... Ele me mando "Oi" e começamos aquelas conversas clichês de quando se conhece alguém sabe rs.

Ele não tinha nada demais, Moreno, Cabelo encaracolado curto, nem magro demais nem forte. Na medida certa. Alto, sorriso tímido, mas não deixava de ser encantador.

Primeira coisa que eu fiz foi stalkear o Instagram dele. Até aí tudo bem, nada de decepção, nem de extraordinário. Adicionamos um ao outro e no mesmo dia eu ia sair pra uma festa na nova cidade em que eu estava morando. E ele me pediu pra me mandar uma foto minha pra ele no direct do Instagram e eu não me importei e mandei. Era uma foto muito ridícula, eu não estava nem um pouco produzida para uma festa rsrs só que ele além dos elogios e enquanto eu estava offline, ele ficou me stalkeando no Instagram. E segundo ele, através de uma foto minha com meus pais, ele ficou mais curioso pra me conhecer melhor e sair daqueles papos clichês pois na legenda da foto eu tinha colocado assim "se eu quero conquistar algo nessa vida ainda, é por vocês" .

Nós já sabíamos que não morávamos na mesma cidade. Ele morava à uns 80 km e (pra quem não sabe isso não é tão perto assim). E isso não me deixava muito feliz, só que também não foi motivo pra mim deixar de falar com ele, e nem ele comigo.

Só sei que o papo a cada dia ia até mais tarde na madrugada. E a cada dia mais interesse. Das duas partes. Ele dizia que eu era diferente que meu caráter e aquela legenda daquela foto com meus pais fez ele realmente me achar muito interessante pra ele. E em minha visão eu já tinha percebido que ele era diferente também. Só não tinha identificado onde ainda.

Conversa vai e conversa vem, ele quis "pular de fase", até então só conversávamos, trocávamos áudio, fotos e vídeos então pra ele já tava passando da hora da gente se conhecer pessoalmente.

Só que não era simples pra mim. E isso não entrou nunca na cabeça dele. Eu morava com meus tios na nova cidade, nunca fui de decepcionar meus pais com nada. Faço o tipo moça direita da família. E com meus tios isso era mais comum ainda. Era difícil pra mim dizer a eles que conheci um rapaz que morava à algumas horas dali e que eu teria que ir até lá sozinha e que eu ficaria lá um dia inteiro. Eles diriam que eu teria que falar com meus pais e se eles deixacem eu podia ir. E meus pais não deixariam nunca. Se eu tivesse que fazer algo teria que ser escondido. Mas escondido como se eu ficava 24 horas dentro de casa e quando eu saia só ia com eles? Eu tinha acabado de fazer 18 anos, mas não tinha autoridade nenhuma ainda.

Nada disso entrava na cabeça dele e eu não tirava a razão dele. Então eu disse que se ele viesse até mim ficaria mais fácil. Só que ele disse que não dava, que não sabia andar na cidade onde eu morava e que se perderia fácil. Eu como nova moradora lá também conhecia pouca coisa. Não daria pra ensinar ninguém.

A nossa vontade de se ver só aumentava, a nossa intimidade também, mesmo virtualmente já nos conhecíamos bastante. Então ele começou a me pressionar para tomar coragem, enfrentar minha família e ir vê - lo.

Só que além da distância, outra coisa me frustrava, a nossa intimidade aumentou e nós já sabíamos sobre a vida sexual dos dois. E foi aí que ele descobriu que eu era virgem. Isso pra ele foi como virar um troféu. Ele dizia que me queria muito e a partir daí falava que nós dois poderíamos resolver isso. Que ele seria carinhoso, respeitaria minhas vontades e seria bom pra mim também. Que quando eu fosse lá ver ele a gente ficaria só e deixaria rolar. Ele já experiente,  22 anos mas já tinha passado por dois relacionamentos sérios, e outros não tão sérios assim.

Há, imagina minha mente a partir disso: eu só pensava nele e nas coisas que me dizia 24 horas por dia, comendo, tomando banho, durante o sono, ouvindo música, na rua, todo lugar. Era loucura, eu pensava "Como ir lá, e chegando lá deixar rolar? Minha virgindade foi algo que eu sempre

presei. Não queria que fosse com qualquer um, se não eu já teria resolvido isso faz tempo. Oportunidades não me faltaram." E ele sabia disso tudo.

Mas ele insistia toda hora, dizia que me queria muito. Que seria especial...

Foi aí que eu comecei a ter um sentimento diante disso tudo: MEDO.


(continua...)


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